MVS Escreveu:Chamam-lhe uma "First Activation Charge" até aos 4,0V - 4,2V. Conheço o processo.
Vou ser muito franco. Nunca utilizei este procedimento e pessoalmente desaconselho-o. Não carrego esta química (LiFePO4) acima dos 3,65V.
Tenho sérias dúvidas quanto á utilidade deste processo e na minha opinão o que quer que traga de bom não compensa o dano que provoca.
Não encontro um único documento científico que suporte a utilidade desta "agressão". Datasheets feitas ás 3 pancadas e conversa de vendedor não contam como documentos científicos. Lembro que se tem feitos muitos estudos á volta desta química em particular.
Já publiquei testes de descarga efectuados a várias marcas e modelos de células novas carregadas a 3,65V e os resultados excederam sempre os valores nominais (em 22% no caso das Thundersky de 40Ah, em cerca de 10% no caso das GBS de 60Ah).
Em testes que fiz com células Headway notei instabilidade e discrepancias nas tensões de repouso das células depois de serem levadas aos 4,0V por breves segundos com a agravante de que esta é uma célula tolerante e bem construída.
Repito, pessoalmente estableço uma linha de valor absoluto máximo muito bem definida nos 3,75V para esta química. Acima deste valor ou muito ou pouco existe sempre dano desnecessário na célula.
rnm Escreveu:MVS Escreveu:Chamam-lhe uma "First Activation Charge" até aos 4,0V - 4,2V. Conheço o processo.
Eu também conheço mas a informação que tenho é q isso é feito em fábrica, visto ser um momento crucial e delicado para fiabilidade das baterias.MVS Escreveu:Nunca utilizei este procedimento e pessoalmente desaconselho-o. Não carrego esta química (LiFePO4) acima dos 3,65V.
Idem.
Para LiFePO4, principalmente para packs grandes e caros, aconselho sempre carregar até 3,4V, perde-se 2-3% da capacidade mas ganha-se (muita) longevidade.
Num pack para uma bicicleta, os típicos 1500 ciclos com 35km de autonomia dão 52'500 km, na minha opinião não justifica um BMS e carregador custom (mais caro), vamos até 3,65V e acabou-se.MVS Escreveu:3,75V para esta química. Acima deste valor ou muito ou pouco existe sempre dano desnecessário na célula.
Olhando para os testes publicados, de pouco serve carregar acima dos 3,4V. Acima disso, conseguimos carregar um pouco mais mas com uma eficiência baixa (resultando em calor dentro da célula que a degrada)
A teoria tem de adaptar-se á realidade física do mundo em que vivemos.
Salvo erro a tensão em repouso de uma célula LiFePO4 carregada a 100% é de cerca de 3,475V, estou a usar apenas a memória.
Vamos imaginar o caso práctico de uma scooter eléctrica de 24 células de 60Ah e um carregador de 10A.
Se a tensão do carregador for afinada para 3,65V x 24 = 87,6V o pack carrega a 100% em sensivelmente 6h se partir da situação de completamente descarregado.
Por outro lado, se a tensão do carregador for afinada para 3,48V x 24 = 83,5V o pack partindo da mesma situação carrega a 100% em sensívelmente... 8h se as células forem novas se não forem demorará bem mais. A corrente no carregador começa a cair dos 10A para baixo muito antes das células estarem carregadas. Não tenho números exactos para isto porque não se ganha o que quer que seja com este procedimento, nem ciclos de vida nem coisa alguma.
Aquela diferença entre os 3,48V (100% de estado de carga) e os 3,65V (tensão segura) é usada pelo carregador para compensar as quedas de tensão nas células devido á suas resistências internas. A tensão próxima dos 3,65V por célula torna também o balanceamento com BMS mais fácil devido á elevada inclinação da curva de tensão.
Não existe forma de escapar a isto na práctica.
Todos os avisos para não carregar a 3,65V têm a ver com a ausencia de BMS aqui sim poderá fazer algum sentido por precaução.