Houve a necessidade de investigar o fenómeno da deformação irreversível nas baterias SLA-Gel (seladas ácidas) como o que foi por vezes encontrado em situações sem grande razão aparente.
O fenómeno é conhecido e tem nome, chama-se "Thermal Runaway" (descontrolo térmico). Esta situação dá-se na descarga tipicamente com temperatura ambiente elevada. O veículo depois de estar uma tarde ao sol tem as baterias a uma temperatura muito próxima ou até acima do limite máximo permitido de utilização (50°C). Quando o utilizador usa normalmente o veículo nesta situação gera-se um calor anormal no interior da bateria que provoca um aumento adicional de temperatura que por sua vez agrava o problema. É um ciclo vicioso que tem como consequência o atingir de temperaturas superiores a 200°C no interior da bateria daí o estado calamitoso dos polímeros do invólucro da bateria e ventilação e secagem do electrólito interno com a consequente diminuição irreversível da capacidade da bateria.
Este fenómeno é muito mais raro nos países de clima mais frio (Norte da Europa / Canadá) e mais comum cá no Algarve.
Eu próprio já encontrei na telemetria do iBMS Pb valores de 46°C de temperatura máxima registados após estacionamento ao Sol.
Nas baterias "flooded" faz-se um furo na tampa superior para instalar um sensor e avaliar a temperatura interna. Nas baterias SLA não é possível perfurar o invólucro pois a contaminação da atmosfera interna invalida a garantia por comprometer a recombinação gasosa. Nas baterias SLA quando o sistema de gestão não está instalado por cima das baterias deverá ser instalado um sensor de temperatura externo no topo de uma das baterias que será depois cablado até à placa.
O estacionamento ao sol no Verão deveria ser um comportamento a evitar nestes veículos.