O meu também é modular e tem protecção do queixo mesmo aberto. É isto:
Importante também o pinlock. O pinlock é uma película anti-embaciamento. O meu capacete não tinha, mas eu comprei uma universal e cortei ao tamanho da viseira.
Um comparativo... Nexx X30,Schuberth C2 e o NAU N47 Dominator
Antes de mais convém salientar que, nos últimos anos, apenas utilizei dois capacetes: o Schuberth C2 e o NAU N47 Dominator. É portanto inevitável estabelecer comparações.
Nunca tinha experimentado a marca NEXX, apesar das boas referências que fui ouvindo aqui e ali. Esta foi, portanto, a minha estreia e devo dizer que é com prazer que afirmo que afinal o que é nacional, também é bom!
Mas vamos por partes...
Aspectos gerais:
O X30 tem um aspecto robusto e aparenta ser mais pesado do que na realidade é. Trata-se, isso sim, do modular mais leve que tive nas mãos e sente-se de forma clara na sua utilização diária, seja na cabeça, seja quando o transportamos na mão ou no braço.
A estética poderá agradar a uns e desagradar a outros, entrando um pouco na linha -Star Wars: Darth Vader- mas não de forma escandalosa. Se agrada aos mais vanguardistas, poderá não agradar aos adeptos de linhas mais clássicas.
Apesar de o meu X30 ser em preto mate não tenho notado, até à data, o registo das minhas impressões digitais, como é típico neste tipo de acabamento. Ou o mérito cabe à Nexx ou eu tenho andado com as mãos excepcionalmente limpas. Esta foi portanto uma agradável surpresa.
Há duas curiosidades em relação a este modelo:
Uma é a barra protectora ao nível do queixo, que o torna estruturalmente semelhante a um integral e que garante total segurança, quer esteja a frente aberta ou fechada. Esta é, na minha opinião, uma ideia genial dado que, como é do conhecimento de todos, o problema dos modulares está precisamente na fraca protecção facial quando se encontra na posição de aberto.
A outra particularidade está no facto de a viseira não abrir de forma independente. É apenas possível abrir a frente por completo. Isto poderá constituir um problema para os mais claustrofóbicos, ainda que para mim não o seja. Embora seja apenas especulativo, penso que esta decisão da marca se deve à tentativa de tornar o capacete -ainda mais- leve e menos ruidoso e se essa era a ideia, conseguiu-o.
Para os que, ainda assim, vêem neste ponto um problema, foi já lançado o X30.V em que a viseira abre de forma independente.
Insonorização:
Neste ponto sou suspeito para falar. Como já referi, venho de um Schuberth C2, que é uma referência no que à insonorização diz respeito. Noto, como é inevitável, que no X30 não é tão eficaz, nem tem obrigação de ser. Mas, não ser eficaz, não significa que seja mau. Está dentro dos parâmetros ditos normais. Uma vez que o uso frequentemente em regime citadino, acaba por ser benéfico dada a maior percepção do meio envolvente, o que não acontecia com o C2 em que, não raras vezes, não me apercebi de veículos próximos por não os ouvir. Ao mesmo tempo, não é incomodativo a velocidades mais elevadas mas admito que a marca podia ter feito um pouco melhor. Se ao C2 atribuo um -9-, ao X30 atribuo um -7-.
Interiores:
Curiosamente o X30 parece-me melhor acabado do que o C2 que, como se sabe, pertence a uma gama superior. A cabeça encaixa como uma luva, os forros são totalmente amovíveis e laváveis e as esponjas parecem formar um molde da estrutura craniana que permite que o capacete fique completamente “colado”, de forma agradável e não incomodativa. Aqui terei que atribuir um -9- ao X30.
Visibilidade:
Este é mais um aspecto em que se torna inevitável a comparação com o C2 e com o N47. Dos três capacetes, o X30 é o que tem menor amplitude. O N47 consegue um excelente campo de visão dada a sua natureza off-road. O C2 é um modular que se distingue por ter dos maiores ângulos de visão da sua classe, inclusive superior a alguns integrais. O X30, por sua vez, fica-se pelos ângulos “standard”, o que obriga a rodar mais o pescoço quando olhamos para trás ou quando queremos confirmar o ângulo-morto do espelho retrovisor. De salientar que esta situação se verifica apenas com a frente do capacete fechada. Na posição de aberto, não encontramos qualquer obstáculo.
Superior ao C2 é versatilidade de posições de abertura da parte frontal. Se no C2 apenas podemos tê-lo totalmente fechado ou totalmente aberto, no X30 podemos abri-lo ligeiramente para permitir entrada de ar extra, ainda que as entradas de ar previstas cumpram bem a função, ou podemos mantê-lo abaixo da posição máxima em aberto, de forma a criar uma pala tapa-Sol, semelhante à do N47.
Este capacete é dotado de uma viseira escura interna, comandada por um botão externo, na lateral esquerda do capacete. É das melhores que já experimentei, mais uma vez superior à do C2. No X30, a viseira abrange quase na totalidade o campo de visão, o que não acontece em muitos casos, onde este se divide de forma incomodativa entre -zona escura- e -zona clara-.
Conclusão:
Este é um capacete que me surpreendeu -muito- pela positiva. Na realidade não esperava que o X30 superasse em qualquer ponto o C2, sendo este último um capacete considerado de gama superior quer na qualidade, quer no preço. Assim, parece-me óbvio que o objectivo da Nexx de -marcar pontos no mercado- foi atingido, tanto que, desde que tenho o Nexx em mãos, o C2 está encostado. Não invalido a hipótese de voltar a pegar neste último mas penso que só o farei quando realizar viagens longas, onde a superior insonorização poderá ser uma mais-valia.
Se tivesse que escolher, hoje, entre um deles, tendo em conta a enorme diferença de preço e sabendo o que agora sei, teria sem dúvida optado pelo Nexx.
E, claro, terei todo o prazer em receber, por parte da marca, um X30.V e relatar as diferenças face ao modelo anterior. Ainda que tal seja improvável, atirar barro à parede nunca fez mal a ninguém ;)
André Paiva