Em matéria de emissões e ruído dos veículos com motores de combustão interna, desgraçadamente e admiravelmente, estamos hoje pior do que há 20 ou 30 anos.
Aparentemente esta afirmação é errada e descabida mas oxalá eu estivesse errado nesta análise.
Explico:
Há 30 anos, as autoridades fiscalizadoras de condutores e veículos a circular na via pública (GNR - PSP - BRIGADAS DE TRÂNSITO), dispunham de aparelhagem capaz de verificar os níveis de emissão de fumos e ruído dos automóveis, motos, motorizadas, etc.
Os proprietários de veículos com valores de fumo e ruído acima dos limites, eram autuados e convidados a reparar a inconformidade.
Hoje, com os centros de inspecção, as autoridades perderam essas ferramentas e consequentemente a autoridade para autuar.
Um agente de autoridade pode considerar que um veículo liberta demasiado fumo ou que uma DT50 faz ruído ensurdecedor, mas sem ferramentas e apenas com a sua sensibilidade de cidadão não pode autuar. Isto é - O policia não pode dizer: Vou autuá-lo porque penso que sai demasiado fumo e muito preto do seu veículo.
É sabido que os centros de inspecção são empresas e como tal vivem das inspecções que fazem. Se chumbam muitos veículos perdem clientes.
Não é compreensível que empresas de transportes de passageiros com frotas de autocarros com mais de 10 anos de uso, compradas em países do centro da Europa onde já não podem circular, circulem em Portugal com emissões de CO2 muito acima do aceitável. Só se compreende, porque tendo uma frota de muitos carros representa um cliente que o centro de inspecção não quer perder e deixa passar no exame o aluno que não sabe nada da matéria.
Agora que tenho circulado mais de mota, sofro mais com esta triste realidade.
Não vou citar a empresa, mas no início desta semana um autocarro de passageiros duma empresa privada fumava tanto que os automóveis atrás dele davam uma distancia superior a 50 metros, muita dificuldade e risco em ultrapassá-lo.
Vamos discutir aqui este assunto para tentarmos fazer a nossa parte e contribuir na medida do possível, fazendo valer a nossa qualidade de cidadãos do mundo em geral e de Portugal em particular.
Portugal é um país que acolhe turistas, precisa de turistas, quer e deve continuar a acolher. Não é boa ideia manter este estado de coisas.
Eu, na qualidade de turista, aceitaria o que se passa em Portugal se visitasse o Vietname, a Indonésia ou o Bangladesh, mas não aceitaria em Espanha, Itália ou outro país da união europeia, ESPECIALMENTE PORTUGAL.
Não é admissível que os governos de Salazar e Marcelo Caetano hajam tido mais sensibilidade nesta matéria do que os actuais governantes.
Sim governantes, porque eles também andam na rua e veem o que eu vejo.